Após o pico de escoamento das safras, os preços para o
serviço de frete de grãos seguem em queda em importantes rotas no país em setembro
em comparação com os valores praticados em agosto. O cenário foi verificado
pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Além destes dois estados, as cotações também caíram no Distrito Federal e em
Minas Gerais. As análises e informações do panorama da logística do setor no
último mês estão na edição de outubro do Boletim Logístico, divulgado pela
estatal na sexta-feira (24).
Em Goiás, essa tendência de baixa acompanha o
comportamento sazonal histórico do estado, uma vez que este período é marcado
por uma desaceleração na demanda pelo transporte de grãos. No Distrito Federal,
além da menor movimentação de grãos em função do término da colheita e do
escoamento da segunda safra de milho, outros fatores influenciaram a queda,
como custos operacionais e preços dos combustíveis. No estado
sul-mato-grossense houve o gradativo arrefecimento da demanda por caminhões
para o transporte de curta distância, mesmo com o transporte de cargas no
mercado interno manteve-se bem ativo que absorveu parte da oferta de veículos,
porém não sendo suficiente para evitar o recuo dos preços dos fretes com o
encerramento da colheita do milho segunda safra, a partir da segunda quinzena
do mês.
Já as rotas de escoamento na Bahia e em Mato Grosso
apresentaram movimentos variáveis, conforme a região produtora de grãos. Na
praça de Luís Eduardo Magalhães (BA) foi registrado estabilidade na cotação do
frete devido ao equilíbrio entre a oferta de prestadores de serviço e a demanda
de transporte de grãos e fibra, com sentido aos portos, indústrias, setor
granjeiro e setor atacadista. Já em Na praça de Paripiranga foi registrado alta
na cotação dos fretes devido a alta na demanda de milho para os destinos de
Vitória (ES), Recife (PE) e Feira de Santana (BA), enquanto que Na praça de
Irecê foi observado queda na cotação do frete, com o fim da safra e a redução
da demanda pelo serviço.
Em Mato Grosso, o mercado de fretes rodoviários tem
apresentado uma certa lateralidade, sem tendência clara de alta ou de queda,
com algumas rotas apresentando aumento moderado, ao passo que outras,
demonstraram um declínio de preços. A Conab verificou cotações próximas à
estabilidade também no Piauí, onde as movimentações de grãos se mantiveram
regular, registrando demanda ainda em níveis satisfatórios, mas com menor
aquecimento em relação aos meses anteriores, reflexo da redução no escoamento
do milho.
Já nos estados do Maranhão, do Paraná e de São Paulo
os preços para os fretes agrícolas ficaram mais caros. No Maranhão foi registrado
um aumento médio nas cotações em torno de 5%. O milho foi o principal produto
transportado durante o mês, gerando maior demanda por transportes dos
municípios do sul do estado para uma biorrefinaria de etanol de grãos,
localizada em Balsas, bem como, para granjas e indústrias dos Estados da
Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Já no Paraná, a demanda por fretes
foi maior em relação a de agosto, aumentando os preços, com exceção da praça de
Ponta Grossa. Em São Paulo, a alta nas cotações em setembro quando comparada
com agosto pode ser explicada pela maior demanda pelo produto brasileiro,
gerada pelos problemas comerciais entre Estados Unidos e China, que provocaram
grandes mudanças nos fluxos do transporte internacional.