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chuva de meteoros Orionídeas que iluminará o céu em diversas partes do planeta.
No Brasil, o fenômeno poderá ser visto de qualquer região. De acordo com o
Observatório Nacional (ON), a chuva Orionídeas terá o pico de observação nas
noites de terça-feira (21) para quarta-feira (22) e de quarta-feira para
quinta-feira (23).
O melhor horário para observação é da meia-noite ao
amanhecer. O Observatório classifica a visibilidade como “excelente” em todo o
território.
De acordo com o astrônomo Marcelo De Cicco, a chuva
terá característica de meteoros extremamente rápidos ─  que podem chegar a 66 quilômetros por hora ─,
brilhantes e que deixam trilhas luminosas no céu. De Cicco coordena o Projeto
Exoss, uma rede colaborativa que estuda meteoros e é apoiada pelo Observatório
Nacional.
O nome Orionídeas é referência à constelação de Órion,
de onde os meteoros parecem “nascer” perto da estrela Betelgeuse. A constelação
leva o nome do mito grego de Órion, um gigante caçador. É uma das constelações
mais conhecidas e facilmente identificável no céu noturno: seu centro é marcado
por três estrelas brilhantes, as Três Marias. No entanto, os meteoros podem
surgir em qualquer parte do céu. 
“O radiante em Órion é visível de norte a sul, com
leve vantagem nas regiões  Norte e
Nordeste, onde ele sobe mais alto. Mesmo no Sul, é um show garantido”, divulga
o Exoss.
Como acompanhar a chuva de meteoros
O pico de visualização da Orionídeas coincide com a
Lua Nova, apenas 2% iluminada e se pondo cedo. Isso faz com que o céu fique
escuro a noite toda, facilitando a observação. No momento mais movimentado, sob
condições ideais, os observadores esperam ver de 15 a 20 meteoros por hora. De
acordo com o Observatório, não é preciso equipamento especial nem conhecimento
específico para acompanhar o fenômeno.
“Recomenda-se que o observador procure um local
escuro, se possível afastado das grandes cidades, para evitar a poluição
luminosa. Além disso, deve-se apagar as luzes em volta”, orienta. Outro fator
imprescindível é que o tempo esteja bom.
A Nasa, agência espacial americana, acrescenta que, em
menos de 30 minutos no escuro, os olhos se adaptam e facilitam a observação.
“Seja paciente, a tempestade dura até amanhecer, tem muito tempo para captar”,
afirma.
O que são chuvas de meteoros?
As chuvas de meteoros são vestígios da passagem de
cometas, que deixam detritos (meteoroides) à deriva no espaço. O brilho assistido
da Terra é quando essas rochas entram em altíssima velocidade na atmosfera
terrestre e se desintegram.
Ao enfrentar a resistência do ar, o meteoroide sofre a
ablação (queima), o que forma um rastro brilhante. Quando são muitos, formam
uma chuva.
Isso acontece quando o planeta passa por uma dessas
zonas de detrito. No caso da Orionídeas, os detritos são originários do cometa
Halley, que circula pelo sistema solar e passa a cada 75-76 anos pela Terra.
A passagem do Halley provoca duas chuvas de meteoro:
uma no segundo semestre, de 2 de outubro a 12 de novembro ─ quando a Terra
atravessa a parte mais densa e empoeirada desses detritos ─ e outra, em maio
(Eta Aquariids).
Rápidos e brilhantes
Os meteoroides são geralmente pequenos, desde
partículas de poeira até pedregulhos. Eles quase sempre são pequenos o
suficiente para queimar rapidamente na atmosfera.
De acordo com a agência espacial americana, a Nasa,
além das trilhas que duram de segundos a minutos, os meteoros mais rápidos
podem criar o efeito de “bola de fogo”.
Quando um fragmento de rocha espacial resiste à
entrada na Terra e chega à superfície, passa a ser chamado meteorito.
Estudo
Além de um show para os amantes da observação do
espaço, chuvas de meteoros têm utilidade científica. O Observatório explica que
o estudo das chuvas de meteoros permite estimar a quantidade e período de maior
penetração de detritos na Terra.
“A partir disso, as missões espaciais e centros de
controle de satélites podem elaborar meios de proteção de suas naves e equipamentos”.
Outra linha de pesquisa tem relação com o estudo da
formação do Sistema Solar. Por meio da análise das propriedades dos meteoros,
pode-se aferir as características dos cometas.
Halley
De acordo com a Nasa, a última vez que o Halley foi
observado a partir da Terra foi em 1986. O cometa foi descoberto em 1705 por
Edmond Halley. Ele tem dimensões de 16 x 8 x 8 quilômetros e é um dos objetos
mais escuros — ou menos refletivos — do Sistema Solar, com um albedo de 0,03,
isto é, reflete apenas 3% da luz solar que recebe.
 
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                
                 
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                     
                         
                        