O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse
que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “fechado em sua
totalidade” por companhias aéreas. A declaração foi dada a Truth Social, rede
social criada pelo próprio Trump. “O espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela
está fechado em sua totalidade”, postou e estendeu o aviso a traficantes de
drogas e de pessoas.
Segundo a agência Reuters, autoridades
norte-americanas ficaram surpresas com o anúncio de Trump e não tinham conhecimento
de nenhuma operação militar dos EUA em andamento para impor o fechamento do
espaço aéreo venezuelano.
Horas depois, o governo da Venezuela se manifestou em
comunicado, condenando a afirmação de Trump. Em nota, classificou os
comentários de Trump de “ameaça colonialista” contra a soberania do país e
incompatível com o direito internacional. Chamou a atitude de Trump de “ilegal
e injustificada” contra o povo da Venezuela.
“Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil,
unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do
Direito Internacional e que se insere em uma política permanente de agressão
contra o nosso país, com pretensões coloniais sobre a nossa região da América
Latina e Caribe, negando o Direito Internacional”, afirmou o governo
venezuelano.
A escalada de Trump em ações e discursos contra a
Venezuela do presidente Nicolás Maduro vem trazendo novos episódios nos últimos
meses. Os Estados Unidos já posicionaram navios de guerra no Mar do Caribe,
próximo ao país sul-americano, sob o pretexto de combater o tráfico
internacional de drogas. Já abateram pequenas embarcações e provocaram mortes.
Há cerca de duas semanas, Trump disse que poderia
iniciar conversas com Maduro, mas não deu detalhes. Na última sexta-feira (28),
no entanto, afirmou que poderá ordenar ações terrestres contra os
narcotraficantes que diz combater. Em resposta, Maduro pediu aos integrantes da
Força Aérea que estejam em “alerta, prontos e dispostos” a defender os direitos
da Venezuela.