O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que vai
julgar de forma presencial as ações que discutem o marco temporal para
demarcação de terras indígenas.
O julgamento estava previsto para ser iniciado nesta
sexta-feira (5) no plenário virtual da Corte. Contudo, diante dos pedidos
feitos pelas entidades que atuam em defesa dos indígenas, o caso foi pautado
para o plenário físico na próxima quarta-feira (10).
Durante a sessão, não haverá votação
dos ministros sobre a questão. A Corte vai ouvir as sustentações orais das
partes envolvidas, e a data da votação será marcada posteriormente.
O relator das ações é o ministro Gilmar Mendes, que
liberou os processos para julgamento na semana passada.
Marco Temporal
Em setembro de 2023, o STF considerou que o marco
temporal para demarcação de terras indígenas é inconstitucional.
Em seguida, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva vetou o projeto de lei que validou o marco.
Contudo, em dezembro de 2023, o Congresso Nacional
derrubou o veto do presidente e retomou a validade do marco.
Dessa forma, prevaleceu o entendimento de que os indígenas
somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de
1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa
judicial na época.
Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o
Republicanos protocolaram no STF as ações para manter a validade do projeto de
lei que reconheceu a tese do marco temporal.
Entidades que representam os indígenas e partidos
governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a
constitucionalidade da tese.