O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em
Saúde de Mato Grosso (CIEVS-MT), serviço da Secretaria de Estado de Saúde
(SES), divulgou na quarta-feira (22.10) o primeiro caso confirmado de
intoxicação por metanol do estado.
A confirmação foi feita pela Politec e envolve um
paciente de 24 anos, do sexo masculino, residente no município de Várzea
Grande. O paciente não corre risco de morte, mas apresentou lesão ocular
irreversível, uma das complicações mais graves decorrentes da exposição.
Desde o momento da notificação do caso suspeito, as
equipes do CIEVS, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) e
das Vigilâncias do Estado e dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande realizaram
o acompanhamento clínico, a investigação epidemiológica e o acionamento dos
protocolos de contingência previstos.
Atualmente, a Vigilância Sanitária do Estado, em
parceria com a Polícia Civil, Procon e órgãos de segurança, conduz ações de
rastreabilidade da bebida potencialmente contaminada, com o objetivo de
identificar a origem do produto e impedir sua circulação no mercado.
As equipes continuam mobilizadas para apurar se o
episódio é pontual ou se há risco ampliado à população, com prioridade máxima
para a interrupção de novos casos.
Além do caso confirmado, há um caso suspeito em
investigação, registrado pelo município de Água Boa.
“As equipes técnicas trabalharam de forma intensa nos
últimos dias e a confirmação do primeiro caso acende um alerta para a população
de Mato Grosso, que deve estar ainda mais vigilante em relação à procedência
das bebidas alcoólicas para consumo. Fiquem atentos às recomendações do CIEVS e
procurem uma unidade de saúde em caso de sintomas suspeitos após a ingestão de
álcool”, enfatizou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Neste
momento, o CIEVS recomenda à população:
• Não consumir bebidas alcoólicas de origem
duvidosa, sem registro sanitário ou comercializadas em locais irregulares;
• Desconfiar de preços muito baixos e
embalagens adulteradas ou com rótulos danificados;
• Verificar o selo fiscal (IPI) e a
integridade do lacre antes de consumir bebidas destiladas, como whisky, vodca
ou cachaça;
• Ficar em alerta com produtos artesanais sem
controle sanitário, pois podem conter substâncias perigosas como o metanol;
• Ficar atento aos sintomas que podem surgir
entre 12 e 24 horas após a ingestão, como: visão turva ou embaçada, flashes
luminosos ou cegueira súbita, tontura, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Em
casos graves: rebaixamento de consciência, convulsões e coma.
Diante de qualquer desses sinais após o consumo de
bebida alcoólica, o cidadão deve procurar imediatamente uma unidade de urgência
(UPA ou Pronto-Socorro). Em caso de evidências para a suspeita de intoxicação
por metanol, a unidade deve notificar imediatamente as autoridades sanitárias.
O atendimento rápido pode ser determinante para evitar complicações graves.
O metanol é utilizado na indústria como solvente,
combustível ou componente de produtos de limpeza. Mesmo em pequenas
quantidades, sua ingestão pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais
severos, podendo evoluir para cegueira permanente ou óbito.