O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
quarta-feira (26) cancelar a tese jurídica que permitiu revisão da vida toda
das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão foi
tomada durante julgamento virtual.
Pelo placar de 8 votos a 3, a maioria dos ministros
decidiu ajustar o entendimento da Corte, que não permite mais a revisão dos
benefícios desde o ano passado.
Além de cancelar a tese definitivamente, o STF
reafirmou que os aposentados não terão que devolver valores que foram pagos por
meio de decisões definitivas e provisórias assinadas até 5 de abril de 2024,
data na qual foi publicada a ata do julgamento que derrubou a tese de revisão
da vida toda.
O STF também entendeu que os aposentados não terão que
pagar honorários sucumbenciais, que são devidos aos advogados à parte que perde
a causa. A medida vale para pessoas que
estavam com processos pendentes de conclusão na Justiça até 5 de abril de 2024.
Pela decisão, os processos que estavam parados em todo
país à espera da decisão definitiva do STF também voltarão a tramitar.
Entenda
Em março do ano passado, o Supremo decidiu que os
aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo
do benefício.
A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável
à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas
ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da
Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os
aposentados ganharam o direito à revisão.
Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias
de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é
obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.
Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo
critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado
avaliar se o cálculo de toda vida poderia aumentar ou não o benefício.