O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) anunciou
que transmitirá ao vivo o julgamento do réu Wendel dos Santos Silva, de 38
anos, acusado de feminicídio em um caso de violência doméstica contra sua
noiva, Lediane Ferro da Silva, de 43 anos. A sessão, que ocorrerá no Fórum de
Peixoto de Azevedo, será transmitida por meio do canal oficial do TJMT no
YouTube, garantindo transparência e publicidade dos atos judiciais de interesse
público.
O Tribunal do Júri será presidido pelo juiz João
Zibordi Lara e contará com a presença da imprensa local, previamente
credenciada. Para assegurar o amplo acesso à cobertura jornalística, todo o
conteúdo gerado pela Assessoria de Comunicação do TJMT — incluindo áudios,
fotos, vídeos, stories e reportagens — será disponibilizado ao público em tempo
real durante o julgamento.
A decisão de realizar a transmissão ao vivo está
alinhada com os esforços do Judiciário de Mato Grosso para dar visibilidade a
casos relevantes e garantir que a população tenha acesso à justiça de maneira
clara e imediata. No entanto, para proteger a identidade dos jurados, será
vedada a divulgação de suas imagens e informações durante o julgamento.
O caso de feminicídio remonta a um
crime cometido em 15 de abril de 2024, na residência de Lediane. Durante uma
discussão, o réu Wendel atacou a vítima com diversas facadas enquanto ela
servia um prato de comida. O crime foi presenciado pelo filho de Lediane e pela
filha do réu, que, assustados, fugiram da cena. O caso gerou grande comoção e
foi tratado com severidade pelas autoridades.
Após investigações, a denúncia contra Wendel foi
formalizada em 6 de maio de 2024, e o processo foi distribuído à 2ª Vara de Peixoto
de Azevedo no dia 25 de abril do mesmo ano. A prisão preventiva do réu foi
mantida durante todo o processo, com base na gravidade e brutalidade do crime,
além do fato de ele ter se evadido por quatro dias após o homicídio. A presença
das crianças no momento do crime e a frieza demonstrada pelo réu foram fatores
determinantes para a manutenção da prisão preventiva.
O julgamento de Wendel dos Santos Silva atende ainda à
meta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estipula o prazo de até dois
anos para o julgamento de casos de feminicídio. O processo, que teve início em
abril de 2024, será concluído com menos de um ano e meio de tramitação,
cumprindo assim os prazos estabelecidos para garantir celeridade na análise de
crimes de alta reprovabilidade.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso também reforçou
que, além da transmissão ao vivo, os jornalistas credenciados terão acesso
irrestrito aos registros fotográficos e de vídeo da sessão, desde que
respeitada a integridade das imagens e dados dos jurados.